Rogério Ceni e o gramado: Diretor do Palmeiras revela contradição chocante

O cenário do futebol brasileiro foi palco de mais uma controvérsia digna de análise, desta vez envolvendo as declarações do técnico do Bahia, Rogério Ceni, e a veemente resposta do diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros. A pauta, como não poderia deixar de ser, girou em torno da qualidade dos gramados, um tema recorrente e, por vezes, espinhoso no esporte nacional.

Após o embate entre as duas equipes, Ceni não poupou ironias ao comentar o estilo de jogo do Verdão e as queixas da equipe alviverde sobre o piso da Arena Fonte Nova. Suas observações sugeriram que um gramado em condições precárias seria, de alguma forma, benéfico para o Palmeiras, dada a percepção de que o time "só faz ligações diretas". Uma provocação que, como se viu, não passaria despercebida.

O Verdão e a Busca por Evolução no Futebol

A réplica de Anderson Barros, concedida nesta segunda-feira (29), foi precisa e contundente. O dirigente palmeirense fez questão de esclarecer a motivação por trás das manifestações do clube paulista. Segundo Barros, as críticas à condição do campo em Salvador não visavam justificar o revés sofrido diante do Esquadrão, mas sim impulsionar o aprimoramento do futebol praticado no país.

?Sempre que o Palmeiras faz uma reclamação, é pelo bem do futebol. É para tentar fazer com que o futebol brasileiro evolua. Em momento algum, nós culpamos o campo ruim da Fonte Nova pelo resultado de ontem. Tanto que nós já falamos sobre a qualidade do gramado antes mesmo de a partida começar?, afirmou o cartola ao GE, sublinhando que a questão transcende o resultado imediato.

Barros enfatizou que a preocupação com a infraestrutura é uma bandeira constante do Palmeiras. "O Abel falou a respeito na entrevista pré-jogo e eu informei alguns repórteres que estavam no estádio que faríamos uma queixa formal à CBF. Não podemos permitir que um jogo de Série A seja disputado em um campo como o da Fonte Nova", declarou, reiterando o compromisso do clube com a excelência. Para ele, um campo inadequado não prejudica apenas um time, mas a modalidade como um todo: "Ele não é ruim para o Palmeiras. Ele é ruim para o Bahia , é ruim para os demais clubes, é ruim para os atletas, é ruim para o nosso futebol".

Foto: (Divulgação)

A Inconsistência das Declarações de Ceni

A parte mais incisiva da declaração de Barros, contudo, mirou diretamente na memória de Rogério Ceni. O diretor alviverde trouxe à tona uma manifestação anterior do próprio técnico do Bahia , na qual ele defendia a preferência por gramados sintéticos em detrimento de campos naturais em péssimas condições. Uma contradição flagrante com suas recentes ironias.

?O próprio treinador do Bahia , que ontem saiu em defesa do campo da Fonte Nova, disse um ano atrás, se não me engano, que era preferível ter um campo sintético a jogar em um gramado sem a mínima condição como o da Fonte Nova. Não fui eu quem falei isso, foi o treinador do Bahia , o senhor Rogério Ceni, que aparentemente se esqueceu do que falou em 2024?, disparou Barros, expondo uma notável inversão de posicionamento.

Gramado Sintético: Integridade Física em Primeiro Lugar

Aproveitando o ensejo, o diretor do Palmeiras também elucidou a decisão do clube de instalar o gramado sintético no Allianz Parque. Desmistificando a ideia de que a mudança visava apenas ganhos esportivos ou facilitação para eventos, Barros explicou que a principal motivação foi a qualidade do terreno e a segurança dos atletas.

?Muita gente diz que o Palmeiras colocou o campo sintético no Allianz Parque para ter ganho esportivo ou para ajudar na recuperação após os shows, mas isso não é verdade. O Palmeiras decidiu instalar o piso artificial porque o gramado do Allianz Parque até 2019 era ruim?, admitiu. A integridade física dos jogadores, sejam eles do Palmeiras ou adversários, foi o fator preponderante.

Barros concluiu sua argumentação destacando os benefícios da mudança: ?Não podíamos continuar a oferecer um campo em más condições para os atletas, sejam do Palmeiras, sejam dos nossos adversários. A integridade física dos jogadores está sempre em primeiro lugar. Não é por acaso que, desde 2020, quando implementamos o gramado sintético em nossa casa, o Palmeiras é um dos clubes do Brasil com menor número de lesões?. Uma declaração que ressalta a responsabilidade dos clubes em prover as melhores condições para a prática do futebol.