Bahia: Retorno, Ceni e A Estratégia de Mercado sem Novas Faces

A reintegração do clube para os desafios do segundo semestre marca um momento de reflexão profunda sobre a abordagem do Esquadrão no mercado de transferências. Sob a égide do Grupo City, a política de contratações do Bahia tem se distinguido por uma metodologia peculiar, distanciando-se das aquisições de impacto imediato que por vezes caracterizam o futebol brasileiro.

Após um período de recesso de duas semanas, o elenco tricolor se reuniu no CT Evaristo de Macedo. A ausência de novas figuras no plantel não constituiu surpresa, alinhando-se à estratégia predefinida pela gestão. A grande notícia, no entanto, reside na extensão contratual do técnico Rogério Ceni, um movimento que sinaliza continuidade e confiança no projeto em curso.

A comissão técnica, ao se reencontrar com os atletas, deparou-se exclusivamente com os rostos já conhecidos, indicando que o Bahia , até o momento, optou por não adicionar novos componentes à sua estrutura, nem se desfazer de peças existentes. Esta postura reforça a ideia de que a atual janela de transferências é encarada como um período de aprimoramento interno, e não de revoluções no elenco .

A Estratégia de Mercado do Esquadrão sob a Lente do Grupo City

A torcida tricolor, ao que tudo indica, já se habituou à parcimônia nas adições de meio de temporada. No ano de 2023, o primeiro sob a gestão da SAF do Grupo City, o Esquadrão integrou cinco nomes ao seu plantel na segunda janela: o goleiro Adriel, o lateral-esquerdo Camilo Cándido, o lateral-direito Gilberto, o meio-campista Léo Cittadini e o atacante Rafael Ratão.

Em 2024, a quantidade de contratações foi ainda mais restrita, mesmo em um ano que culminou na qualificação para a Copa Libertadores. Além de Lucho Rodríguez, cuja aquisição representou o investimento mais vultoso na história do clube, o Tricolor oficializou apenas a chegada de Iago Borduchi, um lateral-esquerdo que já possuía um pré-contrato firmado desde o alvorecer do ano.

Foto: (Reprodução/X)

Perspectiva Histórica: As Janelas de Contratação do Tricolor

Para contextualizar a evolução da política de aquisições, vale observar o panorama das janelas de transferências iniciais, que demonstram uma variação considerável ao longo dos anos:

O próprio comandante Rogério Ceni já havia delineado a natureza desta janela de transferências do segundo semestre como um período de "ajustes" para o Esquadrão. O prazo para o registro de novos atletas estende-se de 10 de julho a 2 de setembro.

O Retorno do Elenco: Foco na Continuidade e Renovações Essenciais

Em suas próprias palavras, Ceni esclareceu a abordagem:

"Com relação a chegadas, é uma janela de ajustes, não de investimentos. Se tiver uma ou duas peças para trazer, vamos tentar trazer. Temos um bom elenco, talvez uma ou outra carência. Vamos trabalhar com o que o orçamento permite. Como se fosse um fantasy game. Vamos tentando adequar dentro das diretrizes que são passadas para o clube."

E complementou, ressaltando a prioridade na formação:

"Não adianta trazer qualquer jogador, aí é melhor trazer da base, que pode formar jogadores e até uma eventual venda futura."

No que tange às extensões de vínculo, a mais recente confirmação veio com a permanência de Jota, volante forjado nas categorias de base do clube. Anteriormente, no início de junho, o Tricolor também havia assegurado a continuidade do atacante Ademir, reforçando a aposta em atletas que já fazem parte do projeto e demonstrando a valorização do elenco existente.

O Desafio Imediato: Copa do Nordeste e o Caminho para a Semifinal

Com o foco agora voltado para o campo, o Bahia inicia sua jornada no segundo semestre com um compromisso de alta relevância. A primeira prova oficial será a decisão por uma vaga na semifinal da Copa do Nordeste, agendada para 9 de julho, uma quarta-feira. O adversário será o Fortaleza, em um confronto que promete intensidade na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, às 21h30 (horário de Brasília). A vitória é imperativa para a progressão na competição, com o empate no tempo normal conduzindo a disputa para as penalidades máximas.