Bahia Garante Kauê Furquim: A Falha Inacreditável do Corinthians na Perda do Atacante

O Esporte Clube Bahia, sob a gestão do Grupo City, efetuou uma movimentação de mercado que ecoou em São Paulo, assegurando a contratação do jovem atacante Kauê Furquim, de 16 anos. A transação se concretizou após o pagamento da multa rescisória nacional, fixada em R$ 14 milhões, um valor que, embora contratual, expôs uma vulnerabilidade na gestão do Corinthians, que lamenta a perda de seu promissor atleta.

A despeito do montante significativo, a diretoria do clube paulista admite internamente que a saída do jogador poderia ter sido evitada. A falha central residiu na omissão de um procedimento administrativo fundamental: o Corinthians não protocolou junto à Federação Paulista de Futebol (FPF) a proposta de renovação contratual que estava em processo de negociação com Kauê Furquim.

Esse registro formal na FPF concederia ao Corinthians o direito de preferência na renovação do vínculo, blindando o clube contra a investida de outras agremiações que pudessem se dispor a quitar a multa. Sem a devida formalização, uma brecha regulamentar se abriu, e o Bahia , percebendo a oportunidade, agiu rapidamente para concluir a aquisição do talentoso atacante.

A Manobra do Bahia e a Falha Crucial do Corinthians

A repercussão do caso escalou para um nível de confronto institucional. Segundo a versão do Corinthians, a ação do Bahia , administrado pelo Grupo City, configuraria um "aliciamento ilícito e imoral". A acusação é grave e sugere uma conduta inadequada no processo de negociação.

O clube paulista sustenta que não foi oficialmente comunicado sobre o interesse na contratação de Kauê Furquim, prática que, em sua visão, fere normas estabelecidas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pela Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) e pela Lei Geral do Esporte. Tais regulamentações visam coibir negociações diretas com atletas que possuem vínculo contratual sem o prévio aviso à equipe detentora dos direitos.

Em um comunicado oficial que reverberou no cenário esportivo, o Corinthians anunciou o rompimento de qualquer relação institucional com o Esporte Clube Bahia e o Grupo City. O texto da nota reforça a intenção de acionar as mais altas instâncias do futebol, a CBF e a FIFA, na busca por punições aos envolvidos na negociação.

Repudiamos, veementemente, o aliciamento ilícito e imoral do jogador Kauê Furquim, formado nas categorias de base do Corinthians, em trama envolvendo o City Football Group e o Esporte Clube Bahia. Estudaremos os caminhos jurídicos necessários e possíveis para punir os responsáveis e apelaremos à CBF e à FIFA para que a justiça seja feita.

O Repúdio Corintiano e as Acusações de Aliciamento

Antes da concretização da transferência para o Bahia , o Corinthians havia iniciado conversas para revisar as condições contratuais de Kauê Furquim, visando ampliar tanto seu salário, que girava em torno de R$ 7 mil mensais, quanto o valor de sua multa rescisória. Dirigentes corintianos afirmam que os representantes do jogador haviam aceitado a proposta apresentada.

Entretanto, a assinatura do novo acordo não se concretizou. A alegação dos empresários foi a ausência de um dos sócios, que estaria viajando. Internamente, na cúpula do Corinthians, persiste a forte desconfiança de que já existia um acerto prévio entre os agentes do atleta e o Grupo City, o que teria inviabilizado a continuidade das negociações com o clube formador.

Kauê Furquim é um produto genuíno das categorias de base do Corinthians. Sua jornada no Parque São Jorge começou cedo, aos sete anos, no futsal, e aos nove, ele já integrava também as equipes de campo. Sua evolução foi notável, destacando-se na categoria sub-15, o que lhe rendeu convocações para a Seleção Brasileira.

Os Bastidores da Negociação e o Talento Perdido

Recentemente, o jovem talento já estava treinando com o elenco profissional do Corinthians, sob a orientação de Dorival Júnior. Apesar de ter sido relacionado para algumas partidas do Campeonato Brasileiro, Kauê não chegou a fazer sua estreia oficial pela equipe principal, deixando o clube antes de consolidar seu espaço entre os profissionais. A sua saída, portanto, representa não apenas uma perda financeira, mas também a frustração de um investimento de longa data na formação de um atleta de alto potencial.