Bahia: Ceni Profundo Sobre Iago, Ausência de Pulga e Busca por Atacante

O Esquadrão de Aço não conseguiu superar o último colocado do Campeonato Brasileiro, registrando um desempenho aquém das expectativas. Na 18ª rodada do torneio nacional, o Tricolor baiano empatou sem gols com o Sport, em confronto disputado na Ilha do Retiro. O placar de 0 a 0 reflete uma partida em que o Bahia, apesar de um primeiro tempo promissor, falhou em converter as oportunidades criadas em gols.

A ausência do atacante Erick Pulga, afastado por lesão, forçou o técnico Rogério Ceni a uma adaptação tática, escalando o lateral-esquerdo Iago Borduchi na função de ponta. Contudo, essa manobra não resultou no volume ofensivo desejado, com o jogador apresentando uma performance insatisfatória no que tange à construção de jogadas decisivas. Após o apito final, em coletiva de imprensa, o comandante tricolor fez questão de ressaltar o impacto da ausência de Pulga no confronto, ao mesmo tempo em que saiu em defesa da atuação de Iago Borduchi.

O Impacto da Ausência de Pulga e a Defesa de Iago

Rogério Ceni contextualizou a dificuldade do confronto, afirmando que o desempenho da equipe pode variar conforme a situação. Ele enfatizou a relevância de Erick Pulga para o esquema tático do time, cuja lesão não estava nos planos e expôs uma fragilidade no elenco. "Depende muito da situação. Já teve jogos em que fomos mal por incapacidade nossa, outro que pegamos adversários com mais potencial que a gente. Hoje a ausência do Pulga foi muito sentida. Em alguma posições o elenco é curto, a gente não contava com essa lesão", declarou Ceni, evidenciando a dependência do jogador.

Sobre Iago Borduchi, o treinador fez questão de elogiar a entrega, apesar da limitação técnica para a função específica. "O Iago fez uma partida muito dedicada, pressionou muito, mas na hora de decidir algumas jogadas não tem a mesma qualidade que o Pulga. Outros times jogaram aqui e sofreram muito. Hoje não conseguimos ofensivamente ter um aproveitamento padrão que normalmente temos. É difícil para todos jogar aqui, o Palmeiras ganhou no último minuto com um pênalti que nem existiu", pontuou Ceni, defendendo o esforço do atleta e a dificuldade do palco da partida.

Dilemas do Mercado: A Busca por Reforços no Ataque

O técnico reiterou que a busca por um atacante de beirada não é uma novidade, sendo uma prioridade desde antes da lesão de Pulga. A dificuldade, segundo Ceni, reside no cenário atual do mercado de transferências, que impõe custos elevados e limitações orçamentárias ao clube. O Bahia chegou a apresentar uma proposta por Gustavo Nunes, do Brentford, o que demonstra o empenho em qualificar o setor. "Estamos tentando trazer jogadores. Desde antes da lesão do Pulga eu falo dessa situação, sabemos que precisamos. Mas o mercado está muito caro, é difícil conseguir essa peça sem estourar o orçamento. Mas estamos tentando", explicou.

Ceni foi enfático ao abordar as restrições financeiras que impedem contratações de grande impacto, utilizando um exemplo hipotético para ilustrar a disparidade.

"Se tivesse dinheiro a gente trazia o Samuel Lino, pagava 22 milhões de euros e resolvia os problemas. Mas não temos essa condição".

Ele ainda mencionou o retorno de Rezende à zaga como um ponto positivo para a estabilidade do elenco. "Na zaga ganhamos o retorno do Rezende, já nos deu mais estabilidade no banco. O que nos falta mesmo é essa peça para o lugar no Pulga. No mais, é seguir trabalhando. Vamos tentar fazer o que é melhor para o clube, mas temos limites", concluiu sobre a estratégia de reforços.

Estratégias Táticas e Próximos Desafios

A escolha por Iago Borduchi em detrimento de outras opções, como Kayky, também foi pauta da coletiva. Ceni esclareceu que Kayky possui características distintas e é mais eficaz atuando pelo lado direito, sendo uma alternativa crucial para a posição de Ademir. "O Kayky rende mais pelo lado direito. Se o Ademir cansar, precisamos de alguém com velocidade para entrar ali. Kayky também não consegue oferecer a mesma força física que Iago e Pulga, são jogadores de características diferentes", afirmou o técnico. Ele reforçou a dedicação de Iago , apesar da falta de drible, e imaginou um cenário diferente caso o lateral tivesse convertido uma oportunidade de gol.

O planejamento para os próximos compromissos do Bahia já está em curso. O Tricolor terá um duelo decisivo pela Copa do Brasil, enfrentando o Retrô na quarta-feira, às 19h30 (de Brasília), na Arena Pernambuco, pelo jogo de volta das oitavas de final. Posteriormente, no próximo sábado, às 21h (de Brasília), o Bahia recebe o Fluminense na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, pelo Campeonato Brasileiro. Ceni destacou que as mudanças táticas e a gestão de elenco visaram o descanso para o confronto do último sábado, e que a falta de gols contra o Sport foi resultado de uma marcação adversária eficiente e da dificuldade em criar mais jogadas.

A equipe do Retrô foi descrita como um adversário físico, forte na bola parada, exigindo atenção máxima. O objetivo é claro: garantir a classificação na Copa do Brasil e, no Brasileirão, alcançar a marca de 32 pontos no primeiro turno contra o Fluminense. Ceni ressaltou a importância de analisar o adversário e definir a equipe ideal para cada confronto, buscando sempre o melhor para o clube dentro de suas possibilidades.